Se você cresceu nos anos 90, provavelmente viveu (ou pelo menos ouviu falar) da lendária Guerra dos Consoles. Foi uma época mágica — e cheia de farpas — onde Sega e Nintendo duelavam com unhas, dentes e muita criatividade para conquistar o coração dos jogadores.
Tudo começou quando a Nintendo reinava absoluta com o Nintendinho, mas a Sega decidiu bater de frente com o Mega Drive (ou Genesis, pros gringos). E aí, meu amigo, o circo pegou fogo. A briga ganhou ainda mais força quando a Nintendo lançou o Super Nintendo e a disputa virou praticamente um campeonato mundial de quem tinha os melhores gráficos, o mascote mais carismático e os jogos mais insanos.
Sonic ou Mario? Era quase uma escolha de vida. Os intervalos da escola viravam arenas de debate — e ninguém queria perder.

O Mega Drive chegou antes, com um processador que prometia velocidade supersônica (alô, Blast Processing! 👀), enquanto o Super Nintendo apostava em mais cores, som mais elaborado e aquele famoso efeito 3D maroto do Mode 7. No fundo, cada console tinha sua alma: a Sega era a rebelde descolada, com marketing agressivo e jogos mais “adultos”, enquanto a Nintendo era a família tradicional gamer brasileira, apostando na qualidade, nas aventuras encantadoras e num selo dourado que quase brilhava na caixinha dos jogos.
Quem jogou Mortal Kombat nessa época sabe bem: no Super Nintendo, o sangue virou suor; no Mega Drive, era fatality liberado com código secreto. E foi aí que a guerra ficou séria. A Sega chegou a lançar campanhas debochadas, como o clássico “Genesis does what Nintendon’t”, cutucando a rival sem dó nem piedade.
Mas a Nintendo tinha um trunfo: franquias lendárias como Super Mario World, Zelda: A Link to the Past e Donkey Kong Country. Era difícil competir com isso. Enquanto isso, a Sega contra-atacava com Sonic, Streets of Rage, Shinobi, e até o golfinho psicodélico Ecco the Dolphin. E no Brasil? A Tectoy fez chover! Traduzia jogos, lançava versões da Turma da Mônica e até fazia parcerias com a Globo. Por aqui, o Mega Drive era rei.

Aí veio a reviravolta: a Sony entrou no ringue com o PlayStation. Um console que nasceu de uma treta entre a própria Sony e a Nintendo (olha o carma aí, gente). Com CD-ROM, gráficos em 3D e jogos como Final Fantasy VII e Resident Evil, o PlayStation não só mudou o jogo — ele redefiniu a indústria.
No final das contas, quem venceu a guerra dos anos 90? A resposta sincera: nós, os jogadores. Porque essa competição forçou inovação, abaixou preços e nos deu alguns dos melhores jogos de todos os tempos.
E o legado? Continua vivíssimo. A Sega ensinou como bater de frente com gigantes; a Nintendo mostrou que qualidade vence o tempo; e a Sony provou que outsider também pode virar rei. Hoje, a indústria dos games é maior que cinema e música juntos. E tudo isso começou lá atrás, com uma briga de mascotes e cartuchos.
Alexandre Augustus
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Teve muitos outros consoles bons essa época, cadê o dreamcast? e o jaguar?